Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de Novembro de 1919 no Porto. Foi contemporânea de Jorge de Sena, Eugénio Andrade, Mário Cesariny e Alexandre O'Neil.
De origem dinamarquesa, foi criada na velha aristocracia portuense e educada nos valores éticos e cristãos. Frequentou o curso de Filologia clássica na Universidade de Lisboa, curso que acabou por não concluir.
Casou-se em 1946 com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares e é mãe de cinco filhos (um dos quais, Miguel Sousa Tavares que é escritor, advogado e jornalista). Depois do casamento fixou-se em Lisboa, dividindo-se entre a poesia e a actividade cívica. Apoiou o movimento monárquico e ergueu-se pela liberdade, contra o regime de Salazar.
Foi sócia fundadora da "Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos". Foi eleita Deputada à Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista, logo após a revolução de 1974.
Foi a primeira mulher portuguesa a receber o Prémio Camões, o prémio mais importante da literatura portuguesa. Escreveu poesia, contos infantis, peças de teatro, ensaios e contos. Faleceu a 2 de Julho de 2004.
Obras:
Poesia
Poesia (1944)
O Dia do Mar (1947)
Coral (1951)
No Tempo Dividido (1954)
Mar Novo (1958)
Livro Sexto (1962)
O Cristo Cigano (1962)
Geografia (1967)
Grades (1970)
11 Poemas (1971)
Dual (1972)
Antologia (1975)
O Nome das Coisas (1977)
Navegações(1983)
Ilhas (1989)
Musa (1994)
Signo (1994)
O Búzio de Cós (1997)
Mar (2001) - antologia organizada por Maria Andresen de Sousa Tavares
Primeiro Livro de Poesia (infanto-juvenil) (1999)
Orpheu e Eurydice (2001)
Ficção
Contos
Contos Exemplares (1962)
Histórias da Terra e do Mar (1984)
Contos Infantis
A Menina do Mar (1958)
A Fada Oriana (1958)
Noite de Natal(1959)
O Cavaleiro da Dinamarca (1964)
O Rapaz de Bronze (1965)
A Floresta (1968)
Árvore (1985)
Teatro
O Bojador (2000)
O Colar (2001)
Ensaio
Cecília Meireles (1956)
Poesia e Realidade (1960)
O Nu na Antiguidade Clássica (1975)
Tradução
A Anunciação de Maria (Paul Claudel)
O Purgatório (Dante)
Hamlet (William Shakespeare)
Muito Barulho por Nada (William Shakespeare)
Medeia (Eurípedes)
Poemas lidos durante a emissão:
Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.
“Pudesse eu”
Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.
Os dois poemas foram escritos quando a poetisa tinha 25 anos.
“Para atravessar contigo o deserto do mundo”
Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei
Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso
Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo
Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento
in Livro Sexto (1962)
Fonte:http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/SophiaMBreyner.htm#Ensaística
Música de abertura e final do programa: Carlos Martins (Jazz)
Música durante a emissão: Miguel Graça (português) & Trevor Walker (canadiano) - Cravo e Canela (Electronic, Tribal)
1 comentário:
És o meu orgulho...
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