Luís Cipriano

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25º Programa

Maestro Luís Cipriano

fotografia tirada daqui

Açorianidade

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24º Programa
Açorianidade
(com a participação especial de Richard Simas)

Viajámos até ao coração do Atlântico à procura da açorianidade, a identidade açoriana, a sua escrita, lendas e tradições. Uma conversa com o escritor Richard Simas, a não perder, com cheiro a mar e letras.

“... Quisera poder enfeixar nesta página emotiva o essencial da minha consciência de ilhéu. Em primeiro lugar o apêgo à terra, este amor elementar que não conhece razões, mas impulsos; e logo o sentimento de uma herança étnica que se relaciona intimamente com a grandeza do mar. ...

Uma espécie de embriaguez do isolamento impregna a alma e os actos de todo o ilhéu, estrutura-lhe o espírito e procura uma fórmula quási religiosa de convívio com quem não teve a fortuna de nascer, como o logos, na água...

... Como as sereias temos uma dupla natureza: somos de carne e pedra. Os nossos ossos mergulham no mar".

Vitorino Nemésio,
por ocasião do V Centenário dos Descobrimentos, 1932

Música #1. "O Bravo" (Clássicos Açorianos, Carlos Alberto Moniz)

Música #2. "Ser Tudo ou Nada" (Tudo ou Nada, Kátia Guerreiro)

Largando o Pico

Ouvíamos da cozinha o falar do Pico
onde os vivos se sentavam a enrolar
cigarros nos seus dedos grossos,
garrafas de cerveja
à sua frente na mesa
onde se sentavam e diziam “verde”
green, como as costas
de certos peixes ou os pescoços
de pequenos melros que sugavam
Flores desabrochando na primavera
Ao longo das paredões ondulantes
Pincelados de cal branca
E quantos baús
No porão de um navio,
Que talhares, que panos, quantos
Rosários e velas para a Virgem,
e as orações para os velhos mortos
deixados para a eternidade nos montes húmidos
(os montes verdes, e a noite
a luz das candeias de azeite
e por vezes o lamento duma viola
e os moinhos brancos sobre
o exíguo chão dos mortos)
e tudo isto enquanto se
preparavam para dormir por detrás
dos lábios roxos e olhos pesados
nesta terra distante
consolados somente pelo modo como a lua
e as marés se posicionam
caminhando para outras escuridões
como quem não quer mais regressar.

Frank X. Gaspar

Especial Jazz II

23º Programa

Especial Jazz II

(com Ricardo Costa e Joaquim Oliveira)

Lena d'Água

Afonso Pais Trio

Nisa Remígio

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22º Programa
Nisa Remígio

(fotografia retirada daqui)

Uma conversa sobre a a mulher açoriana e a emigração para o Canadá nos anos 50. Os anos de estudo, as dificuldades, o documentário e a plataforma virtual que estará disponível em Janeiro de 2010.

Arquitectura

21º Programa
Especial Arquitectura

À conversa com o arquitecto Lino Gomes Alves, também apresentador do programa Repórter Estrábico da Radio Centre Ville.
Traços, perspectivas e ângulos numa conversa de se tirar as medidas.

A Casa da Música no Porto é uma das obras preferidas do arquitecto

Biosphere em Montreal

João do Carmo

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20º Programa

João do Carmo

Letras e Cores em tons de azul, numa entrevista com o pintor e poeta João do Carmo. Pinceladas de uma história com passagem por Montreal.

Série: Figuração-geométrica "O Circo" (1993/94)

ilustração

Série: As noites animais (1985/86)

Série: "O limite do plano" (2004/05)

Conheça o pintor-poeta aqui

Moçambique

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19º Programa

Especial Moçambique

com Joaquim Oliveira

Fomos até Moçambique. Falámos dos limites insuportáveis da guerra, de uma "terra Sonâmbula" e de "Sangue Negro". Lemos a esperança e a liberdade em Noémia de Sousa e em Mia Couto. Uma animada conversa com Joaquim Oliveira, voz já conhecida da Radio Centre Ville, ao som da marrabenta.

João Tordo

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18º Programa
João Tordo

33 anos, 3 livros publicados, "As três vidas".

Formado em filosofia, passou pelo jornalismo, trabalhando hoje como guionista. Mas o que gosta mesmo e o que lhe tem valido as melhores críticas, é quando veste a pele de escritor.

Viveu em Londres e Nova Iorque. Hoje em Lisboa, a literatura anglo-saxónica continua a ser determinante. Influenciado por Edgar Allan Poe, Herman Melville e Paul Auster, João Tordo veio para ficar. E para mostrar que vale. Descubra-o nesta entrevista.

Conheça o blogue do escritor aqui.

Eduardo Bettencourt Pinto

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17º Programa
Eduardo Bettencourt Pinto

Viajámos rumo à outra costa do Canadá. Mas antes de desembarcarmos na Colombia Britânica, na ilha de Pitt Meadows, mergulhamos em África e sobrevoámos os Açores.

Ao leme, o escritor Eduardo Bettencourt Pinto, a viver no Canadá há 20 anos.

"o ser humano só é de um lugar quando morre, quando o corpo se junta às raízes de uma terra para sempre. Enquanto vivo, pertence a todo um imaginário geográfico cujas fronteiras, num profundo emaranhado de empatias, se confundem dentro de si" (in O engraxador da Matriz)

Conheça a página do escritor aqui

Richard Simas

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16º Programa

Richard Simas

Neto de açorianos, o escritor/jornalista nasceu na Califórnia há 46 anos. Seduzido pelas artes do espectáculo, mudou-se para Montreal há quase 20. Fundou e dirigiu o Teatro “La Chapelle” até há um ano e meio, altura em que decidiu dedicar-se à escrita e à aprendizagem do português.
Hoje, Richard Simas escreve para várias revistas de artes performativas, toca clarinete e nos tempos-livres gosta de ler os contos de Gonçalo M. Tavares.

E foi dele, ou melhor, do “Senhor Bretch”, de quem falámos nesta emissão.

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15º Programa
"A palavra é sua"
(uma vez por mês, a partir de hoje, na 5ª das Artes)

A partir de hoje, uma vez por mês, a 5ª das Artes vai ter um formato diferente.
Vamos dar-lhe voz!
Em "A palavra é sua" na 5a das Artes, o convidado do mês vai poder partilhar connosco qual o livro, o escritor, o poeta ou o artista português que mais admira.
Uma conversa informal que será intercalada com a leitura de excertos das obras preferidas do convidado.
A Radio Centre Ville (em estúdio ou por telefone, para que todos os portugueses espalhados no Canada possam participar) espera por si!
Se estiver interessado em participar num dos nossos programas, não hesite e escreva-nos para 5adasartes@gmail.com
Depois é só apresentar a sua proposta e agendarmos a gravação.
Aproveite esta oportunidade para ser locutor por um dia!

Ricardo Costa estreou esta emissão especial e trouxe para estúdio Sophia de Mello Breyner e o seu “Rapaz de Bronze”. Leu-nos ainda dois poemas de Fernando Pessoa.
Uma conversa descontraída e animada para estrear esta nova rubrica, a partir de hoje, uma vez por mês, na 5ª das Artes.
E a palavra é sua!

Anthony de Sá

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14º Programa
Anthony de Sá

O escritor luso-descendente que está nomeado para o 2008 ScotiabanK Giller Prize, um dos prémios mais importantes da literatura canadiana, contou à 5a das Artes o que o inspirou para escrever o livro "Barnacle Love" e o que espera do futuro.

A página pessoal do escritor Anthony de Sá aqui

Paula de Vasconcelos

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13º Programa (29/01/09)

Paula de Vasconcelos

Nasceu em Portugal. Cresceu em Montreal.
Bailarina, actriz e coreógrafa, num diálogo constante entre a dança e o teatro.
A companhia fundada por Paula de Vasconcelos em 1987

http://www.pigeonsinternational.com/

"Kiss Bill" (2ª edição) no espaço Usine C de 4 a 14 de Fevereiro às 20h

Jazz I

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12º Programa (22/01/09)
Especial Jazz português
(com a participação de Ricardo Costa)

Carlos Bica

Vasco Agostinho

Mário Laginha

Rodrigo Leão

Julião Sarmento

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11º Programa (15/01/09)

Julião Sarmento

Saldanha Residence Movie TheatreLisboa, 1998

I Love You (with chairs), 2004

Joan, 2007

Rita, 2006

Boyd, 2008

Visite a página do artista Julião Sarmento em http://www.juliaosarmento.com/

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10º Programa (08/01/2009)
Cônsul-geral de Portugal em Montreal - Dr. Carlos Oliveira

No primeiro programa do ano, a 5a das Artes recebeu o Cônsul Carlos Oliveira.
Como a cultura e as artes são um dos melhores "cartões de visita" de um país,
quisemos com este programa dar a conhecer aos ouvintes as iniciativas culturais do Consulado. Com que apoios pode contar um português que apresente um projecto cultural independente? Quais são os maiores desafios no que diz respeito à intervenção cultural do Consulado em Montreal? Conheça as repostas no programa de hoje.
E porque estamos no início do novo ano, o Cônsul Carlos Oliveira apelou à união e a uma maior participação cívica por parte da comunidade portuguesa em 2009.

Fotografia do Cônsul Carlos Oliveira retirada do site www.avozdeportugal.com

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9º Programa (25/12/2008)

Emissão especial de Natal

Dia de Natal

Hoje é dia de era bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros— coitadinhos— nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
Entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra— louvado seja o Senhor!— o que nunca tinha pensado comprado.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha,
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
Tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
Dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

António Gedeão

Outros textos lidos durante esta emissão:
O Espírito do Natal in A Árvore das Histórias de Natal de José Jorge Letria
Era uma vez, lá na Judeia de Miguel Torga
Suave Milagre de Eça de Queiróz

Música: Coro de Santo Amaro de Oeiras