quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

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8º Programa (18/12/2008)
Jacinto Lucas Pires
A 14 de Julho de 1974, na cidade do Porto, nasce Jacinto Almeida Garret Lucas Pires. Estudou Direito, depois cinema na New York Film Academy. Passou ainda pela Colónia Internacional de Escritores de Ledig House, também no estado de Nova Iorque.
Escritor de muitos livros, argumentista de mais histórias, que também realizou e agora cantor, no grupo de música independente “Os Quais”. Brinca com as palavras, conta contos, ganha prémios e faz filmes.

Era uma vez... Jacinto Lucas Pires


Livros - editora Cotovia

Azul-Turquesa (ficção, 1998)
Abre para Cá (contos, 2000)
Livro Usado (viagem ao Japão, 2001)
Escrever, Falar (teatro, 2002)
Do Sol (romance 2004)
Perfeitos Milagres (2007)
Assobiar em Público (2008)

Teatro:
Universos e Frigoríficos (1998, CCB/Actores Produtores Associados)
Arranha Céus ( TNSJ/Teatro Bruto)
Escrever Falar (2001, Maus Hábitos/.lilástico)
Coimbra B (2003, Coimbra Capital da Cultura/.lilástico)
"Octávio no Mundo" (2006, projecto PANOS na Culturgest).

Novembro 2008 - Vencedor do Prémio Europa - David Mourão-Ferreira


Oiça "Os Quais", o grupo de música de Jacinto Lucas Pires e Tomás Cunha Ferreira no My Space
Visite o blogue do escritor em http://chanatas.blogspot.com/

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

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7º Programa (11/12/2008)
António Alçada Baptista

Uma homenagem a uma figura de impar da vida cívica e cultural portuguesa. António Alçada Baptista, nasceu na Covilhã a 29 de Janeiro de 1927. Faleceu em Lisboa, no passado domingo, dia 7 de Dezembro de 2008, com 81 anos.

O “escritor de afectos”, “com uma sensibilidade feminina”, como um dia disse de si próprio.

Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Alçada Baptista, que apenas exerceu advocacia entre 1950 e 1957, tem uma vasta obra literária publicada. Esteve também ligado ao jornalismo e à edição. Foi ainda cronista.Em 1961 e 1969 foi candidato pela Oposição Democrática nas eleições para a Assembleia Nacional e, de 1971 a 1974, foi assessor para a Cultura do então ministro da Educação Nacional, Veiga Simão.

Funcionário da Secretaria de Estado da Cultura desde 1978, presidiu aos trabalhos da criação do Instituto Português do Livro, a que presidiu até 1986. Foi ainda um dos fundadores da revista “O tempo e o Modo”, que marcou gerações. Era ainda editor da Moraes Editora.
O escritor foi condecorado com a Ordem de Santiago, com a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo pelo Presidente Ramalho Eanes, em 1983 e com a Grã Cruz da Ordem do Infante pelo Presidente Mário Soares, de quem foi colaborador, em 1995.Sócio da Academia Brasileira de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa, e da Academia Internacional de Cultura Portuguesa, foi também presidente da Comissão de Avaliação do Mérito Cultural e administrador da Fundação Oriente.
Excertos lidos na emissão retirados de:
Peregrinação Interior I - Reflexões Sobre Deus (1971)
Os Nós e os Laços (1985)
A Cor dos Dias – Memórias e Peregrinações (2003)
O Riso de Deus (1994)
A Pesca à Linha - Algumas Memórias (1998)
Da obra de António Alçada Batista constam ainda Documentos Políticos (crónicas e ensaios, 1970), O Tempo das Palavras (1973), Conversas com Marcello Caetano (1973), Catarina ou o Sabor da Maçã (novela, 1988), Tia Suzana, meu Amor (romance, 1989).
Música desta emissão: Rodrigo Leão; Carlos Paredes.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

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6º Programa (04/12/2008)
José Jorge Letria
Jornalista, professor, escritor, guionista, cantor, político, poeta, ficcionista, dra­maturgo, ensaísta, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Autores. José Jorge Letria é um "Homem de palavra e das palavras". Batalha, através da sua música e dos seus livros, pela liberdade, cidadania e tolerância.
Com livros traduzidos em muitas línguas, já arrecadou alguns dos prémios mais importantes da língua portuguesa. Um nome de luxo, no pódio da produção literária infanto-juvenil.

O deserto inominável

O deserto é um silêncio depois do mar,
É o êxtase da luz sobre o coração da areia.
Vai-se e volta-se e nada se esquece.
Tudo se oculta para depois se dar a ver
No ponto em que os ventos se cruzam
E as almas gritam no fundo dos poços.
Os cestos sobem e descem prometendo água,
Uma frescura que derrete a febre.
Não são as tâmaras que adoçam a boca,
É a beleza das mulheres dissimulando
O desejo como um pecado sob a escuridão dos véus.
As serpentes assobiam ou cantam
Conforme o veneno que lhes molda o sangue.
Enroscam-se sobre as pedras
como fragmentos de lua à espera da manhã.
E a sombra alonga-se nas dunas
Ondulando rente às palmeiras
Como a última cobra do medo das crianças.
Não há ruído maior que este silêncio
Que se serve com tâmaras e com chá
Na mesa rasteira, sobre a terra molhada.
É no que não se nomeia que está o infinito.

José Jorge Letria
Os Mares Interiores
Lisboa, Teorema, 2001